sexta-feira, 15 de julho de 2011

Código Florestal Brasileiro: Por que discutir? Agricultores x Ambientalistas ou ONGs x Agricultura? E a Ciência, foi Ouvida?

O novo, velho, viciado, incompleto e discutível Código Florestal Brasileiro. Bom, qualquer um desses adjetivos pode ser usado ao CFB. Mais uma vez a sociedade assistiu de forma passiva e covarde uma discussão de interesse coletivo. Na verdade estavam todos discutindo, como verdadeiros conhecedores do meio ambiente, e também, profetizando a conseqüência do mal ou bom uso dos recursos naturais brasileiros a toda população. Claro, discutindo nos bares, salas de aulas, escritórios, blogs, etc., mas quem foi ouvido?
A discussão se transformou num filme, na verdade, uma comédia, com protagonistas (agricultores e ambientalistas), coadjuvantes (deputados) e platéia (sociedade Brasileira), praticamente todos sem o devido esclarecimento sobre o tema principal da discussão: a conservação do meio ambiente. Para a política (deputados, senadores e executivo) foi uma medição de forças, pasmem, até um ministro “caiu” (Tchau Palocci, já vai tarde!!), pouco importava o que estava em votação, o importante para o “governo” era vencer e para a “oposição” era mostrar que também pode vencer. Então assim ficou formada a “guerra”: governo de um lado (ONGs, Ambientalistas, etc.) e oposição de outro (Agricultores, Multinacionais). E o meio ambiente, recursos naturais, ciência, sociedade brasileira de que lado estava?
Acreditem, não foi dada a mínima importância. A ciência tentou mostrar que também queria participar da discussão, mas foi excluída: Sai, não precisamos!! Assim mesmo, sem constrangimento, o negócio era outro, estamos falando de poder e dinheiro; para que ciência? Coitada da sociedade nem ao menos esboçou uma tentativa, deixamos nossos representantes (deputados?) discutirem por nós.
Bom, o fim desta comédia foi uma tragédia, não para governo ou para a oposição e seus representantes, mas para o meio ambiente que não foi levado em consideração na discussão. Ficou claro que este código não ajuda a preservação do meio ambiente e não fiscaliza a produção agrícola.
Querem saber? Fica como está!
Até quando vamos aceitar agricultores cultivarem em barrancos ou nascentes de rios, riachos, banhados? Derrubarem nossas reservas naturais sem medo da justiça? Não conservarem o solo do qual tiram o sustento? Não se desculpem com o argumento da produção de alimentos! É mentira!
Ou até quando nossas cidades irão poluir os rios, riachos, banhados? Derrubarem nossas reservas naturais? Construírem em locais inapropriados?  Ah, o crescimento da população faz isso? Mentira!
Muitos daqueles que apontaram o dedo para a “agricultura”, fazem parte do processo da degradação do meio ambiente. Ou vocês acham que as cidades degradam menos que o campo?
A discussão ainda não acabou. O novo CFB não tem uma redação final, esperamos mais coerência e responsabilidade nesta discussão. Menos discursos e mais verdades!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Geada - Aconteceu e Cristalizou a Esperança de Boa Safrinha

A safrinha de milho no Mato Grosso do Sul foi atingida por fortes “geadas”, foram dois dias com temperaturas extremamente baixas, nestes, foi possível constatar a geada até oito horas da manhã. As perdas foram próximas a 40% considerando toda a área semeada com milho, as perdas não foram maiores devido a época que ocorreu a geada, final do mês de junho. As lavouras mais afetadas foram aquelas semeadas fora do período recomendada para a safrinha na região sul do Mato Grosso do Sul. O problema ocorrido neste ano se deve as chuvas, que ocorreram no momento da colheita da soja, atrasando a semeadura do milho.
Os produtores mais uma vez confiaram no milho e investiram em sementes (geneticamente modificada em evidência), adubação e defensivos, as lavouras apresentavam bom desenvolvimento, muitas ainda devem apresentar um bom rendimento, outras terão redução na produção e uma grande parte não terá produção.
É claro que a profissão do produtor é cultivar o solo, mas ano a ano o que presenciamos são as chamadas frustrações de safra na “safrinha”, vários são os motivos, atraso na semeadura, seca no início, final ou durante todo o desenvolvimento da cultura, geadas em maio (raramente), junho e julho, o que leva a redução ou perda total na produção de milho e com isso fica a indagação: será este o melhor caminho a seguir na segunda safra? Cultivar milho de alto nível tecnológico (investimento) num ambiente de alto risco climático? As formigas em seu instinto trabalham incansavelmente no verão para poder se alimentar no inverno, ou seja, usufruem de seu trabalho. E os agricultores? Também trabalham no verão, mas ao invés de usufruírem no “inverno”, estão perdendo.
Devemos entender a safrinha, como safrinha!
Fica uma pergunta agora: onde estão aqueles que promovem a “safrinha” com custo de safra?
Abaixo algumas imagens do milho após dois dias de geadas.