Pequenos e médios produtores representam um contingente de 80% de
produção de frutas para o mercado interno brasileiro – e é possível que logo
atinjam a mesma porcentagem no que diz respeito a grãos de milho, trigo e soja. Apesar de serem fortes no abastecimento local, ainda há
muito o que melhorar nas questões de logística para que esses produtores tenham
a possibilidade de conquistar, também, o mercado internacional – o que
significaria um franco crescimento na sua ordem de negócios.
Na logística de produção e cultivo de um pequeno produtor, que representa
uma grande fatia do motor da economia brasileira de agronegócio, todas as
etapas da cultura devem ser levadas em consideração para que o negócio seja
sempre rentável, até nos conhecidos tempos de vacas magras. Uma das primeiras
atitudes a se tomar é reavaliar o custo-benefício das sementes usadas no
plantio e, se for o caso, mudar de fornecedor para essa finalidade.
Outra etapa importante da logística deve ser feita em parceria com a
secretaria de agricultura do município: investimento e incentivo para a
aquisição de maquinário com maior poderio tecnológico. Em logísticas
ultrapassadas ainda se usa maquinário específico para atender a pequenos
produtores, ao invés de grandes tratores, retroescavadeiras e outras máquinas
de campo – o que dificultava a produção e fazia com que o cultivo demorasse
dias a mais do que o habitual. Mudando esse aparato de trabalho é possível
produzir mais em menos tempo e mudar para melhor, também, a logística de
atendimento nos pontos de venda. Esse tipo de mudança significa melhoria de
vida dos produtores e de quem trabalha com eles, já que com um maquinário
melhor a mão de obra pode ser muito mais rápida, eficaz e leve do que o usual.
A dica é sempre procurar por incentivos vindos das secretarias de
agricultura para melhorar a logística dos pequenos e médios produtores para agronegócios, já
que é de total interesse do município e do estado que a produção agrícola na
região se fortaleça e dê uma boa alavancada. Além do maquinário, que geralmente
facilita individualmente o preparo do solo para plantações, há também o reparo
das estradas vicinais, pois é preciso também apostar na melhoria da logística
do transporte que vai ser responsável pelo escoamento da produção.
A melhoria do transporte também é, quase sempre, um passo dado,
primeiramente, pelos órgãos governamentais. Ano passado, por exemplo, pequenos
produtores da região de Leite de Iguatemi receberam da prefeitura um caminhão
tanque resfriador para transporte da produção de leite, a fim de garantir o
escoamento correto dos produtos da região. A conquista foi possível através de
emenda federal, vinda do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e pode
contemplar regiões e produções diferentes em todo o país – basta que o
município ou estado peça “a parte que lhe cabe nesse latifúndio”.
E o transporte é uma questão logística de muita importância em um cenário
onde todos os produtores, pequenos, médios ou grandes, são prejudicados pelas
condições inadequadas e longitude entre regiões das estradas brasileiras. Muito
se perde da colheita até a cidade, fazendo com que a própria produção diminua
seu ritmo. Essa talvez seja a aba logística que mereça mais atenção por parte
dos pequenos produtores, já que levar ao consumidor um produto fresco é uma das
maiores qualidades das produções referência em hortifruti. E nisso, como em
todas as outras questões, os órgãos de estado devem aparecer como totais
apoiadores das iniciativas agrícolas, das menores às maiores escalas de
produção e cultivo.
Por: Luís Antônio P. Oliveira