Autores: Izidro dos Santos de Lima Junior, Hegon Fernandes Barros Yamacita, Diois Moreira de Souza
O Brasil atualmente é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo (SINDAG, 2009), superando três bilhões de dólares em gastos com inseticidas, fungicidas e herbicidas.
A utilização dos defensivos agrícolas deve ser feita de maneira racional, respeitando as premissas da produção integrada de plantas (ALVARENGA, 2009). Entre as técnicas de aplicação de defensivos agrícolas, a pulverização hidráulica é a mais utilizada, devido a flexibilidade que oferecem em diferentes situações (TEIXEIRA, 1997). Os pulverizadores hidráulicos apresentam variabilidade quanto ao seu modelo, desde os mais simples, como os do tipo costal, até os mais sofisticados, como os pulverizadores de barras autopropelidos (TEWARI et al., 1998).
Os pulverizadores hidráulicos de barras são as máquinas mais utilizadas na aplicação dos agrotóxicos, sendo utilizado durante todo o ciclo da cultura (BAUER & PEREIRA, 2005), sendo que a escolha, e a correta utilização desses equipamentos, são fundamentais para que se obtenha a ação eficaz dos defensivos. O uso de pulverizadores agrícolas sem manutenção, ou seja, com pontas inadequadas ou desgastadas, bem como o uso de doses excessivas de defensivos são alguns dos fatores que contribuem para a ineficiência das aplicações e contaminação ambiental. Os pulverizadores devem estar sempre em boas condições de uso. Nesse sentido, a adequada revisão dos equipamentos, que pode ser feita por técnicos, pelo próprio agricultor ou ainda por instituições oficiais, torna-se uma importante ferramenta para a obtenção de eficiência nas aplicações (GARCIA et al., 2004).
Avaliações da conservação e de componentes isolados dos pulverizadores são realizadas em países da Europa desde a década de 1940, e os primeiros programas de inspeção surgiram nos anos de 1970 (REICHARD et al., 1991).
No Brasil, a primeira ação organizada para avaliar as máquinas pulverizadoras foi feita por Gandolfo (2001), por meio do Projeto de Inspeção Periódica - IPP. Os resultados desse projeto foram apresentados por Antuniassi & Gandolfo (2001), que concluíram não ter sido possível encontrar máquinas em condições de certificação, ou seja, com ausência de falhas, em pulverizadores avaliados nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A calibração adequada do pulverizador é o primeiro passo para garantir o sucesso da aplicação de agroquímicos, visto que é uma tarefa que determinará as melhores condições operacionais da máquina (GANDOLFO & OLIVEIRA, 2006). A uniformidade de distribuição da calda aplicada numa barra é dada pelas condições de montagem e de operação do pulverizador, como espaçamento entre bicos, altura da barra, ângulo de abertura das pontas e pressão de trabalho, considerando que o volume de defensivo aplicado ao longo da barra deve ser constante, sendo aceitas variações de até ±15 % (SARTORI, 1985).
As pontas são componentes fisicamente pequenas dentro do sistema de pulverização hidráulica, mas desempenham papel importante na qualidade da aplicação (ANTUNIASSI & GANDOLFO, 2004), pois, aplicações mal-feitas de defensivos químicos podem ser extremamente onerosas, caso seja necessário uma re-aplicação, a produtividade seja menor, ou mesmo através de um problema judicial resultado de deriva em outras propriedades. Entretanto, muitos usuários ainda persistem com a idéia de que pontas de pulverização são componentes extremamente simples, quando, na verdade, é exatamente o oposto. Existem dezenas de diferentes tipos de pontas, feitos por inúmeros fabricantes e que oferecem um desempenho também diferente.
Com isso, o presente estudo teve por objetivo avaliar as condições de conservação e funcionamento das pontas de pulverização de defensivos de pulverizadores na cidade de Dourados, MS.
Conclusão
Entre as conclusões, as mais importante neste trabalho estão expostas a seguir:
• A maioria dos pulverizadores da região de Dourados são hidráulicos;
• Os pulverizadores da região de Dourados estão com idade superior a cinco anos;
• Anti-gotejadores não estão presentes em todos os pulverizadores.
Esses dados referem-se a pulverizadores avaliados em Dourados, MS. A cidade de Dourados está inserida numa região produtora de soja e milho de grande importância econômica no Mato Grosso do Sul. Com base nisso fica o questionamento: será que a classe produtora (agricultores, assistência técnica, vendas, pesquisa) está empenhada em trabalhar com equipamentos que além de realizar o trabalho proposto (pulverização) consiga não contaminar o meio ambiente? Fica levantada esta questão.
Blog destinado a agricultores, profissionais e estudantes das ciências agrárias.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Biotecnologia na Agricultura: Conhecer para Debater
Autores: Alanna T. Pagnoncelli, Daniele D. Limberger, Fabiana S. Cacere, Mírian de França*
Atualmente a busca por maiores produtividades no setor agrícola é freqüente aliada à grande demanda de alimento pela população, assim neste mundo que se encontra em constante evolução se torna necessária a evolução do sistema de produção com o uso de novas tecnologias, visando à resolução dos atuais problemas, como poluição do meio ambiente e a necessidade de alimentos no mundo.
Neste sentido o uso da biotecnologia no setor agrícola tem se destacado. Analisando o desenvolvimento da biotecnologia na agricultura a mesma já vem sendo utilizada há muito tempo, por exemplo, na produção de vinhos, pães, cervejas e derivados lácteos. No entanto, apenas no fim do século XIX que o uso da biotecnologia atual se concretizou e a partir da década de 1970 ocorreu crescimento acelerado no campo da biotecnologia com o desenvolvimento da engenharia genética.
O campo da biotecnologia agrícola está estimulando grupos de pesquisa nacionais e internacionais a desenvolver novas plantas com maior resistência ao estresse, cultivadas com menores quantidades de pesticidas químicos, que podem ser transformados em biofábricas, que propiciam colheita mais rápida, resistência à radiação ultravioleta. A biotecnologia de plantas pode também projetá-las no sentido de reduzir os componentes alergênicos de alimentos convencionais como o trigo e o amendoim. Logicamente, a tecnologia de transformação genética não se encerra com a obtenção do transgênico que expresse a característica-alvo. Para que o transgênico seja efetivamente incorporado ao sistema produtivo é necessário, que o mesmo não apresente riscos à saúde e ao ambiente e, para isso, rigorosos testes realizados em laboratório, casa-de-vegetação e campo, bem como as várias normas de segurança devem ser respeitadas. Embora a base do trabalho de avaliação de riscos seja o mesmo, não se pode fazer generalizações, pois cada transgênico e sua utilização apresenta especificidades, que devem ser conhecidas, caracterizadas e sempre levadas em consideração. Portanto, para a liberação, cada transgênico deve ser avaliado caso a caso.
A engenharia genética aplicada ao melhoramento vegetal vem provocando expressivas mudanças nos sistemas de produção agrícola, possibilitando aumento da produtividade na produção de alimentos, com segurança ambiental e redução dos custos de produção.
No Brasil, apesar da existência de significativos instrumentos legais e instâncias decisórias especificas sobre a questão, práticas não condizentes com a legislação em vigor geraram uma acirrada polemica entre cientistas, agricultores, ambientalistas e representantes do governo.
A velocidade dos processos inovativos da biotecnologia na agricultura vem suscitando questões novas e sensíveis relacionadas à mudanças de praticas agrícolas tradicionais, resultando em considerações diversas sobre seus potencias riscos à saúde humana e animal e ao meio ambiente. No que se refere à saúde humana, teme-se que alimentos produzidos com organismos geneticamente modificados possam aumentar, intencional ou inadvertidamente, o nível de toxinas naturais já existentes em muitas plantas, produzindo enfermidades diversas, assim como provocar novas alergias, gerarem resistência a antibióticos ou mesmo alterar o valor nutricional e o sabor dos alimentos. Há, também, efeitos indiretos, como a maior presença de resíduos de pesticidas nos alimentos, produzidos a partir de plantas que se tornaram resistentes a esses defensivos, em razão da própria engenharia genética. A diminuição no uso de defensivos agrícolas, reduzindo os impactos negativos da agricultura moderna contrapõe aos críticos do uso de plantas geneticamente modificadas.
Não podemos temer as inovações tecnológicas, devemos conhecê-las, para que a discussão saia da linha demagógica, política e capitalista e seja exclusivamente de cunho científico. Com isso evitamos o uso inadequado, ou o não uso de tecnologias que possam contribuir para o aumento na produção de alimentos com respeito ao meio ambiente.
* Acadêmicas do oitavo semestre do curso de Agronomia da Faculdade Anhanguera Dourados. E-mail: alanna_tpagnoncelli@hotmail.com
Atualmente a busca por maiores produtividades no setor agrícola é freqüente aliada à grande demanda de alimento pela população, assim neste mundo que se encontra em constante evolução se torna necessária a evolução do sistema de produção com o uso de novas tecnologias, visando à resolução dos atuais problemas, como poluição do meio ambiente e a necessidade de alimentos no mundo.
Neste sentido o uso da biotecnologia no setor agrícola tem se destacado. Analisando o desenvolvimento da biotecnologia na agricultura a mesma já vem sendo utilizada há muito tempo, por exemplo, na produção de vinhos, pães, cervejas e derivados lácteos. No entanto, apenas no fim do século XIX que o uso da biotecnologia atual se concretizou e a partir da década de 1970 ocorreu crescimento acelerado no campo da biotecnologia com o desenvolvimento da engenharia genética.
O campo da biotecnologia agrícola está estimulando grupos de pesquisa nacionais e internacionais a desenvolver novas plantas com maior resistência ao estresse, cultivadas com menores quantidades de pesticidas químicos, que podem ser transformados em biofábricas, que propiciam colheita mais rápida, resistência à radiação ultravioleta. A biotecnologia de plantas pode também projetá-las no sentido de reduzir os componentes alergênicos de alimentos convencionais como o trigo e o amendoim. Logicamente, a tecnologia de transformação genética não se encerra com a obtenção do transgênico que expresse a característica-alvo. Para que o transgênico seja efetivamente incorporado ao sistema produtivo é necessário, que o mesmo não apresente riscos à saúde e ao ambiente e, para isso, rigorosos testes realizados em laboratório, casa-de-vegetação e campo, bem como as várias normas de segurança devem ser respeitadas. Embora a base do trabalho de avaliação de riscos seja o mesmo, não se pode fazer generalizações, pois cada transgênico e sua utilização apresenta especificidades, que devem ser conhecidas, caracterizadas e sempre levadas em consideração. Portanto, para a liberação, cada transgênico deve ser avaliado caso a caso.
A engenharia genética aplicada ao melhoramento vegetal vem provocando expressivas mudanças nos sistemas de produção agrícola, possibilitando aumento da produtividade na produção de alimentos, com segurança ambiental e redução dos custos de produção.
No Brasil, apesar da existência de significativos instrumentos legais e instâncias decisórias especificas sobre a questão, práticas não condizentes com a legislação em vigor geraram uma acirrada polemica entre cientistas, agricultores, ambientalistas e representantes do governo.
A velocidade dos processos inovativos da biotecnologia na agricultura vem suscitando questões novas e sensíveis relacionadas à mudanças de praticas agrícolas tradicionais, resultando em considerações diversas sobre seus potencias riscos à saúde humana e animal e ao meio ambiente. No que se refere à saúde humana, teme-se que alimentos produzidos com organismos geneticamente modificados possam aumentar, intencional ou inadvertidamente, o nível de toxinas naturais já existentes em muitas plantas, produzindo enfermidades diversas, assim como provocar novas alergias, gerarem resistência a antibióticos ou mesmo alterar o valor nutricional e o sabor dos alimentos. Há, também, efeitos indiretos, como a maior presença de resíduos de pesticidas nos alimentos, produzidos a partir de plantas que se tornaram resistentes a esses defensivos, em razão da própria engenharia genética. A diminuição no uso de defensivos agrícolas, reduzindo os impactos negativos da agricultura moderna contrapõe aos críticos do uso de plantas geneticamente modificadas.
Não podemos temer as inovações tecnológicas, devemos conhecê-las, para que a discussão saia da linha demagógica, política e capitalista e seja exclusivamente de cunho científico. Com isso evitamos o uso inadequado, ou o não uso de tecnologias que possam contribuir para o aumento na produção de alimentos com respeito ao meio ambiente.
* Acadêmicas do oitavo semestre do curso de Agronomia da Faculdade Anhanguera Dourados. E-mail: alanna_tpagnoncelli@hotmail.com
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Escassez de alimentos: preocupação atual e para gerações futuras
Autores: Izidro dos S. de Lima Jr, Thiago F. Bertoncello, Ricardo Barros, Ademar P. Serra e Jackeline M. do Nascimento*
A demanda por alimentos no mundo tem exigido da agricultura moderna uma produção elevada e crescente, pois, problemas ligados a baixa eficiência no campo, má distribuição de produtos alimentícios, deslocamento da produção para outros fins, têm colocado o mundo numa verdadeira corrida contra o tempo. Esta condição tem conduzido a atividade agropecuária à necessidade de utilização mais intensa de insumos como, pesticidas, fertilizantes e outros derivados de petróleo.
O aumento na produção mundial de alimentos que em 1970 era de aproximadamente 1,2 bilhão de toneladas de grãos e em 2007 esteve no patamar dos 2 bilhões de toneladas, foi impulsionado pelo avanço na área cultivada e principalmente pelo aumento na produtividade agronômica das culturas. No entanto, atualmente esta conjuntura global aparenta ter chegado a seu limite já que poucos países no mundo disponibilizam área para aumentar seus campos e os incrementos na produção alcançados pelo melhoramento genético tradicional de plantas e animais são menos expressivos. Hoje, o volume de alimento produzido é suficiente para saciar as mais de seis bilhões de pessoas do mundo. Mas em 2025, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), sinaliza para uma população global na ordem de oitos bilhões, aumentando a necessidade de produção de alimentos e melhora na distribuição, visto que 900 milhões de indivíduos que passam fome hoje no planeta estão à margem do acesso ao alimento.
Sendo assim, uma interrogação é inevitável: com comida em abundância, um sexto da população da Terra atualmente não tem acesso a este alimento em quantidade suficiente para suprir suas necessidades diárias, quais são as perspectivas do aumento da oferta de alimentos para um futuro próximo tendo em vista a população do planeta um terço maior?
Uma das respostas a esta questão está no controle do desperdício. Segundo a FAO, somente as perdas na produção causada por pragas, doenças e plantas daninhas chegam a 35%, e de acordo com o IBGE, apenas no Brasil, as perdas com transporte e armazenamento são da ordem de 10%. Trocando em números, isto significa que o país nesta safra teria um potencial de produzir 189 milhões de toneladas de grãos, aproximadamente 50 milhões a mais do que os 140 milhões produzidos, não fossem as pragas.
Além das perdas e do desperdício, a melhoria da renda de populações em países emergentes como China, Índia e o próprio Brasil, provocou um súbito aumento no consumo de alimentos causando uma forte redução dos estoques mundiais de grãos. Problema agravado pela destinação de 83 milhões de toneladas do milho americano para produção de etanol, estiagem na região produtora de trigo da Austrália e problemas climáticos em regiões produtoras de arroz na Ásia.
Nesse contexto o Brasil é potencialmente, o país que pode minimizar esse problema, pois, possui terras subutilizadas, como exemplo pastagens degradadas, que segundo órgãos de pesquisa chegam à casa dos 50 milhões de hectares a serem incorporadas ao sistema agrícola sem a necessidade de desmatamento. O que pode impedir o Brasil de ocupar uma condição de grande fornecedor mundial de alimentos é: a conjuntura de escassez das fontes de fertilizantes bem como o aumento da sua demanda em 31%, entre 1996 e 2008; a crise do petróleo; a dependência externa de certos insumos, cotados internacionalmente; conseqüente aumento no custo de produção, o que deixa os produtores de países com agricultura sem subsídios, como o Brasil, sem condições de efetuar muitos investimentos.
Um das maneiras de contornar esses problemas é a valorização da população rural, sendo um processo contínuo, de longo prazo e que deve ser persistente, integrando o conhecimento da ciência aos agricultores, através da difusão das tecnologias em cursos profissionalizantes oferecidas pelas instituições de ensino, como universidades. Este procedimento também aumentaria a produtividade. Pois, já é conhecido em outros setores da economia, como a indústria, que as pessoas treinadas são mais eficientes e têm melhor qualidade de vida.
* Engenheiros-agrônomos e acadêmicos do Programa de Mestrado e Doutorado em Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). E-mail: izidrojunior@gmail.com
Publicado no dia 15/05 no jornal “O Progresso”
Boa leitura!!!!!
A demanda por alimentos no mundo tem exigido da agricultura moderna uma produção elevada e crescente, pois, problemas ligados a baixa eficiência no campo, má distribuição de produtos alimentícios, deslocamento da produção para outros fins, têm colocado o mundo numa verdadeira corrida contra o tempo. Esta condição tem conduzido a atividade agropecuária à necessidade de utilização mais intensa de insumos como, pesticidas, fertilizantes e outros derivados de petróleo.
O aumento na produção mundial de alimentos que em 1970 era de aproximadamente 1,2 bilhão de toneladas de grãos e em 2007 esteve no patamar dos 2 bilhões de toneladas, foi impulsionado pelo avanço na área cultivada e principalmente pelo aumento na produtividade agronômica das culturas. No entanto, atualmente esta conjuntura global aparenta ter chegado a seu limite já que poucos países no mundo disponibilizam área para aumentar seus campos e os incrementos na produção alcançados pelo melhoramento genético tradicional de plantas e animais são menos expressivos. Hoje, o volume de alimento produzido é suficiente para saciar as mais de seis bilhões de pessoas do mundo. Mas em 2025, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), sinaliza para uma população global na ordem de oitos bilhões, aumentando a necessidade de produção de alimentos e melhora na distribuição, visto que 900 milhões de indivíduos que passam fome hoje no planeta estão à margem do acesso ao alimento.
Sendo assim, uma interrogação é inevitável: com comida em abundância, um sexto da população da Terra atualmente não tem acesso a este alimento em quantidade suficiente para suprir suas necessidades diárias, quais são as perspectivas do aumento da oferta de alimentos para um futuro próximo tendo em vista a população do planeta um terço maior?
Uma das respostas a esta questão está no controle do desperdício. Segundo a FAO, somente as perdas na produção causada por pragas, doenças e plantas daninhas chegam a 35%, e de acordo com o IBGE, apenas no Brasil, as perdas com transporte e armazenamento são da ordem de 10%. Trocando em números, isto significa que o país nesta safra teria um potencial de produzir 189 milhões de toneladas de grãos, aproximadamente 50 milhões a mais do que os 140 milhões produzidos, não fossem as pragas.
Além das perdas e do desperdício, a melhoria da renda de populações em países emergentes como China, Índia e o próprio Brasil, provocou um súbito aumento no consumo de alimentos causando uma forte redução dos estoques mundiais de grãos. Problema agravado pela destinação de 83 milhões de toneladas do milho americano para produção de etanol, estiagem na região produtora de trigo da Austrália e problemas climáticos em regiões produtoras de arroz na Ásia.
Nesse contexto o Brasil é potencialmente, o país que pode minimizar esse problema, pois, possui terras subutilizadas, como exemplo pastagens degradadas, que segundo órgãos de pesquisa chegam à casa dos 50 milhões de hectares a serem incorporadas ao sistema agrícola sem a necessidade de desmatamento. O que pode impedir o Brasil de ocupar uma condição de grande fornecedor mundial de alimentos é: a conjuntura de escassez das fontes de fertilizantes bem como o aumento da sua demanda em 31%, entre 1996 e 2008; a crise do petróleo; a dependência externa de certos insumos, cotados internacionalmente; conseqüente aumento no custo de produção, o que deixa os produtores de países com agricultura sem subsídios, como o Brasil, sem condições de efetuar muitos investimentos.
Um das maneiras de contornar esses problemas é a valorização da população rural, sendo um processo contínuo, de longo prazo e que deve ser persistente, integrando o conhecimento da ciência aos agricultores, através da difusão das tecnologias em cursos profissionalizantes oferecidas pelas instituições de ensino, como universidades. Este procedimento também aumentaria a produtividade. Pois, já é conhecido em outros setores da economia, como a indústria, que as pessoas treinadas são mais eficientes e têm melhor qualidade de vida.
* Engenheiros-agrônomos e acadêmicos do Programa de Mestrado e Doutorado em Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). E-mail: izidrojunior@gmail.com
Publicado no dia 15/05 no jornal “O Progresso”
Boa leitura!!!!!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
A Guerra pelos Alimentos: a ameaça à estabilidade mundial e as soluções para a sustentabilidade
O livro do sociólogo filipino Walden Bello
Alta | Web
A Guerra pelos Alimentos: a ameaça à estabilidade mundial e as soluções para a sustentabilidade Leopardo Editora lança no Brasil o livro do professor de sociologia Walden Bello. Uma análise profunda da crise alimentar, da expansão da agricultura capitalista e da resistência dos camponeses
A Guerra pelos Alimentos (The Food Wars), novo lançamento da Leopardo Editora no Brasil, coloca em discussão um tema urgente e necessário: a crise alimentar.
Professor de sociologia e analista político, o autor Walden Bello estudou o surgimento do problema no México, na África, nas Filipinas e na China. Entre 2006 e 2008, a crise nessas regiões desencadeou uma onda de protestos violentos, que serviram de base para a discussão principal do livro.
Nascido em Manila, capital das Filipinas, Bello questiona o sistema moderno do comércio mundial e alerta para os perigos do aumento dos preços de itens básicos de alimentação.
Exemplifica com os dados divulgados pela ONU ao final de 2008, que mostraram que "a cesta de alimentos importados nos países menos desenvolvidos custou mais de três vezes em relação ao preço de 2000, não por causa do maior volume de importação de alimentos, mas como resultado dos preços dos alimentos em alta". O fato deixou 75 milhões de pessoas à beira da fome e levou cerca de 125 milhões para a pobreza extrema, de acordo com dados de 2008 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Examinando a evolução dessa crise e seus desdobramentos, o autor relata os perigos que estes fatos podem representar para a estabilidade internacional.
Bello também apresenta argumentos e soluções para a sustentabilidade do planeta. Em um dos capítulos, o autor dispensa atenção especial aos agrocombustíveis. "O sexto capítulo, ‘Agrocombustíveis e a Insegurança Alimentar’ analisa como a explosão do agrocombustível aumentou a crise alimentar. Além de tirar terra da produção alimentar, os agrocombustíveis têm sido um motor para a expansão das relações agrárias capitalistas e para a destruição da agricultura camponesa. Também discutiremos se os agrocombustíveis são, de fato, uma alternativa viável aos combustíveis fósseis na questão do desafio da mudança climática."
No capítulo final, Bello analisa "a dinâmica da resistência do camponês e do pequeno agricultor à agricultura industrial capitalista, passando dos protestos políticos até a organização internacional do ‘ato do campesinato’ - a adoção, por não camponeses, de práticas agrícolas de camponeses ou de pequena escala". Entre os movimentos examinados no capítulo está o MST (Movimento dos Sem Terra) do Brasil e seu fundador, João Pedro Stedile.
Ousado em seu modo de ver as coisas e intenso na exposição das idéias, A Guerra pelos Alimentos é contra a absurda discrepância nos itens mais básicos entre os hemisférios norte e sul.
Sobre o autor: Walden Bello é diretor fundador da Focus on the Global South, Professor de Sociologia na University of Philippines e leciona na State University of New York, em Binghamton.
Sobre a editora: Fundada em 2009, a Leopardo Editora atua no mercado editorial brasileiro lançando livros com grande profundidade técnica nas áreas da "fronteira do conhecimento" e "negócios". Também é distribuidora exclusiva dos livros da Hemus, referência no mercado de obras técnicas, com mais de 200 títulos, que abordam assuntos como mecânica, construção, arquitetura, entre outros. Em seus 55 anos de história, a Hemus já publicou mais de 800 livros, englobando também grandes clássicos da literatura internacional, como Peter Pan e Mágico de Oz, assim como renomados livros políticos, como O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
Informações sobre o livro:
A Guerra Pelos Alimentos
Autor: Walden Bello
Editora: Leopardo
Páginas: 196
Preço: R$ 35,00
Mais informações: www.leopardoeditora.com.br
Mais informações para a imprensa:
FGCom
Fernanda Gonçalves
Tel. 11 3711.7379
Cel. 11 8245.4511 / 11 7763.2858
ID 7*707756
fernanda@fgcom.com.br
www.fgcom.com.br
Alta | Web
A Guerra pelos Alimentos: a ameaça à estabilidade mundial e as soluções para a sustentabilidade Leopardo Editora lança no Brasil o livro do professor de sociologia Walden Bello. Uma análise profunda da crise alimentar, da expansão da agricultura capitalista e da resistência dos camponeses
A Guerra pelos Alimentos (The Food Wars), novo lançamento da Leopardo Editora no Brasil, coloca em discussão um tema urgente e necessário: a crise alimentar.
Professor de sociologia e analista político, o autor Walden Bello estudou o surgimento do problema no México, na África, nas Filipinas e na China. Entre 2006 e 2008, a crise nessas regiões desencadeou uma onda de protestos violentos, que serviram de base para a discussão principal do livro.
Nascido em Manila, capital das Filipinas, Bello questiona o sistema moderno do comércio mundial e alerta para os perigos do aumento dos preços de itens básicos de alimentação.
Exemplifica com os dados divulgados pela ONU ao final de 2008, que mostraram que "a cesta de alimentos importados nos países menos desenvolvidos custou mais de três vezes em relação ao preço de 2000, não por causa do maior volume de importação de alimentos, mas como resultado dos preços dos alimentos em alta". O fato deixou 75 milhões de pessoas à beira da fome e levou cerca de 125 milhões para a pobreza extrema, de acordo com dados de 2008 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Examinando a evolução dessa crise e seus desdobramentos, o autor relata os perigos que estes fatos podem representar para a estabilidade internacional.
Bello também apresenta argumentos e soluções para a sustentabilidade do planeta. Em um dos capítulos, o autor dispensa atenção especial aos agrocombustíveis. "O sexto capítulo, ‘Agrocombustíveis e a Insegurança Alimentar’ analisa como a explosão do agrocombustível aumentou a crise alimentar. Além de tirar terra da produção alimentar, os agrocombustíveis têm sido um motor para a expansão das relações agrárias capitalistas e para a destruição da agricultura camponesa. Também discutiremos se os agrocombustíveis são, de fato, uma alternativa viável aos combustíveis fósseis na questão do desafio da mudança climática."
No capítulo final, Bello analisa "a dinâmica da resistência do camponês e do pequeno agricultor à agricultura industrial capitalista, passando dos protestos políticos até a organização internacional do ‘ato do campesinato’ - a adoção, por não camponeses, de práticas agrícolas de camponeses ou de pequena escala". Entre os movimentos examinados no capítulo está o MST (Movimento dos Sem Terra) do Brasil e seu fundador, João Pedro Stedile.
Ousado em seu modo de ver as coisas e intenso na exposição das idéias, A Guerra pelos Alimentos é contra a absurda discrepância nos itens mais básicos entre os hemisférios norte e sul.
Sobre o autor: Walden Bello é diretor fundador da Focus on the Global South, Professor de Sociologia na University of Philippines e leciona na State University of New York, em Binghamton.
Sobre a editora: Fundada em 2009, a Leopardo Editora atua no mercado editorial brasileiro lançando livros com grande profundidade técnica nas áreas da "fronteira do conhecimento" e "negócios". Também é distribuidora exclusiva dos livros da Hemus, referência no mercado de obras técnicas, com mais de 200 títulos, que abordam assuntos como mecânica, construção, arquitetura, entre outros. Em seus 55 anos de história, a Hemus já publicou mais de 800 livros, englobando também grandes clássicos da literatura internacional, como Peter Pan e Mágico de Oz, assim como renomados livros políticos, como O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
Informações sobre o livro:
A Guerra Pelos Alimentos
Autor: Walden Bello
Editora: Leopardo
Páginas: 196
Preço: R$ 35,00
Mais informações: www.leopardoeditora.com.br
Mais informações para a imprensa:
FGCom
Fernanda Gonçalves
Tel. 11 3711.7379
Cel. 11 8245.4511 / 11 7763.2858
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