terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Avaliação dos aspectos qualitativos de pontas de pulverizações na região de Dourados – MS

Autores: Izidro dos Santos de Lima Junior, Hegon Fernandes Barros Yamacita, Diois Moreira de Souza

O Brasil atualmente é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo (SINDAG, 2009), superando três bilhões de dólares em gastos com inseticidas, fungicidas e herbicidas.
A utilização dos defensivos agrícolas deve ser feita de maneira racional, respeitando as premissas da produção integrada de plantas (ALVARENGA, 2009). Entre as técnicas de aplicação de defensivos agrícolas, a pulverização hidráulica é a mais utilizada, devido a flexibilidade que oferecem em diferentes situações (TEIXEIRA, 1997). Os pulverizadores hidráulicos apresentam variabilidade quanto ao seu modelo, desde os mais simples, como os do tipo costal, até os mais sofisticados, como os pulverizadores de barras autopropelidos (TEWARI et al., 1998).
Os pulverizadores hidráulicos de barras são as máquinas mais utilizadas na aplicação dos agrotóxicos, sendo utilizado durante todo o ciclo da cultura (BAUER & PEREIRA, 2005), sendo que a escolha, e a correta utilização desses equipamentos, são fundamentais para que se obtenha a ação eficaz dos defensivos. O uso de pulverizadores agrícolas sem manutenção, ou seja, com pontas inadequadas ou desgastadas, bem como o uso de doses excessivas de defensivos são alguns dos fatores que contribuem para a ineficiência das aplicações e contaminação ambiental. Os pulverizadores devem estar sempre em boas condições de uso. Nesse sentido, a adequada revisão dos equipamentos, que pode ser feita por técnicos, pelo próprio agricultor ou ainda por instituições oficiais, torna-se uma importante ferramenta para a obtenção de eficiência nas aplicações (GARCIA et al., 2004).
Avaliações da conservação e de componentes isolados dos pulverizadores são realizadas em países da Europa desde a década de 1940, e os primeiros programas de inspeção surgiram nos anos de 1970 (REICHARD et al., 1991).
No Brasil, a primeira ação organizada para avaliar as máquinas pulverizadoras foi feita por Gandolfo (2001), por meio do Projeto de Inspeção Periódica - IPP. Os resultados desse projeto foram apresentados por Antuniassi & Gandolfo (2001), que concluíram não ter sido possível encontrar máquinas em condições de certificação, ou seja, com ausência de falhas, em pulverizadores avaliados nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A calibração adequada do pulverizador é o primeiro passo para garantir o sucesso da aplicação de agroquímicos, visto que é uma tarefa que determinará as melhores condições operacionais da máquina (GANDOLFO & OLIVEIRA, 2006). A uniformidade de distribuição da calda aplicada numa barra é dada pelas condições de montagem e de operação do pulverizador, como espaçamento entre bicos, altura da barra, ângulo de abertura das pontas e pressão de trabalho, considerando que o volume de defensivo aplicado ao longo da barra deve ser constante, sendo aceitas variações de até ±15 % (SARTORI, 1985).
As pontas são componentes fisicamente pequenas dentro do sistema de pulverização hidráulica, mas desempenham papel importante na qualidade da aplicação (ANTUNIASSI & GANDOLFO, 2004), pois, aplicações mal-feitas de defensivos químicos podem ser extremamente onerosas, caso seja necessário uma re-aplicação, a produtividade seja menor, ou mesmo através de um problema judicial resultado de deriva em outras propriedades. Entretanto, muitos usuários ainda persistem com a idéia de que pontas de pulverização são componentes extremamente simples, quando, na verdade, é exatamente o oposto. Existem dezenas de diferentes tipos de pontas, feitos por inúmeros fabricantes e que oferecem um desempenho também diferente.
Com isso, o presente estudo teve por objetivo avaliar as condições de conservação e funcionamento das pontas de pulverização de defensivos de pulverizadores na cidade de Dourados, MS.

Conclusão
Entre as conclusões, as mais importante neste trabalho estão expostas a seguir:
• A maioria dos pulverizadores da região de Dourados são hidráulicos;
• Os pulverizadores da região de Dourados estão com idade superior a cinco anos;
• Anti-gotejadores não estão presentes em todos os pulverizadores.

Esses dados referem-se a pulverizadores avaliados em Dourados, MS. A cidade de Dourados está inserida numa região produtora de soja e milho de grande importância econômica no Mato Grosso do Sul. Com base nisso fica o questionamento: será que a classe produtora (agricultores, assistência técnica, vendas, pesquisa) está empenhada em trabalhar com equipamentos que além de realizar o trabalho proposto (pulverização) consiga não contaminar o meio ambiente? Fica levantada esta questão.

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